segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Prós e Contras: Sismos - Estamos preparados?

«Os homens e os povos só são grandes pela Dor. A Alegria banaliza e adormece, a Dor inquieta e dinamiza. /A Alegria atravessa o mundo em marcha; a Dor bate às portas a esmolar companhia. O mendigo, que atravessa a aldeia, de casal em casal, é a dor que lembra aos homens o quanto de impenetrabilidade e solidão eles lançaram sobre a vida. E ele diz que a indiferença do Céu para os nossos desejos não é maior que a nossa incompreensão de alma para alma. /Nunca uma grande alma se sentiu desgraçada no meio da Dor; e, aí, a alma de Óscar Wilde atingiu a beleza divina, a altura do pensamento, a simplicidade de infinita fundura. /Há quem, com o pretexto de amar a vida, dê ao paganismo a superioridade da Alegria sobre o cristianismo como religião da Dor. Nem é outro o motivo das teorias de Nietzsche. Sim; o cristianismo é a grande religião da Dor. De tal modo ele acolhe os pobres e os miseráveis que não nos acode a lembrança da mais luxuosa catedral ou da mais modesta capela sem um longo círculo de escorraçados da Alegria, implorando amor e piedade. /Amar a vida é compreendê-la, alargar o seu círculo de acesso para lá das vitórias naturalistas da selecção, dar-lhe sentido que se não perca e valha em absoluto e substância. Se o paganismo vibra de infantil Alegria naturalista, o cristianismo é a Alegria reconquistada, o sol depois da tempestade, a dignidade e certeza da vida, de olhos abertos e atentos na face da morte. A Dor é o caminho da redenção. Para salvar as almas da treva exterior e da morte, preciso era ter delas um conhecimento que as talhasse em relevo inapagável; só a Dor leva os olhos ao fundo do abismo e arranca a profundidade à luz da superfície». (Leonardo Coimbra, A Alegria, a Dor e a Graça.)
Este texto de Leonardo Coimbra, um dos filósofos da Escola do Porto, responde às questões fundamentais que Fátima Campos Ferreira pretende colocar aos protagonistas de uma eventual catástrofe sísmica nacional. O debate Prós e Contras de hoje (18 de Janeiro) será dedicado ao sismo no Haiti que provocou e continua a provocar caos e dezenas de milhares de mortos, mediante uma simulação deslocada e alarmista: E, se o sismo ocorresse em Portugal, estaríamos e estamos preparados? Colocada deste modo, a questão é, desde logo, dirigida aos burocratas da protecção civil e dos serviços anexos e exige apenas uma resposta superficial, deixando escapar a lição essencial do sismo no Haiti: a fragilidade da vida humana e a facilidade com que ela mergulha e se aniquila a qualquer momento no caos e na morte. Leonardo Coimbra estabelece uma distinção entre cultura da alegria e cultura da dor, de modo a mostrar que a actual cultura da alegria infantilizada ou da loucura erótica produz uma perturbação perigosa da economia prazer-desprazer que induz os homens a perder a capacidade de empreender trabalhos difíceis ou a pensar a longo prazo: a satisfação imediata das necessidades e dos desejos atrofia literalmente a mente e os seus órgãos cognitivos, privando os homens da alegria de viver. O homem que evita a todo o custo o sofrimento conhece o gozo, mas não conhece a alegria, e a sociedade que se entrega, como a nossa, à loucura erótica adormece e paralisa num tédio mortal. O homem habituado ao conforto ou à vida fácil não pensa no futuro e não recorda o passado, preferindo viver o presente como se fosse uma eternidade, a sua pequena eternidade, da qual é ocasionalmente arrancado pelas catástrofes naturais.
O sismo no Haiti deve despertar-nos dessa pequena eternidade em que vivemos afogados, cheios de ilusões e de pensamentos não pensados, alertando-nos para a nossa verdadeira condição ontológica de seres sem-abrigo. O que interessa debater não é o risco sísmico do solo nacional, as regiões que podem ser mais afectadas pela ocorrência de um terramoto, o estado da ciência e a imprevisibilidade dos sismos, a organização nacional de um plano da protecção civil e a eventual resposta dos Hospitais, Bombeiros, INEM e empresas de água, electricidade e gás, mas sim confrontar as pessoas com a morte e a fragilidade da vida humana e da própria cultura perante uma catástrofe natural. Com a análise aprofundada das imagens de caos que nos chegam do Haiti, o debate pode e deve amplificar a insegurança ontológica já vivida pelos portugueses, não por causa de um eventual sismo, mas por causa do desemprego, da regressão cognitiva e da pobreza, e prepará-los para a necessidade de implementar um outro modelo de sociedade que garanta trabalho para todos, porque «só quem trabalha se sente livre e realmente existente» (L. Coimbra). Não precisamos simular uma catástrofe natural para saber o que é a insegurança ontológica: os portugueses já vivem os efeitos negativos de uma catástrofe social, o desemprego e o medo de ficarem efectivamente sem-abrigo. Há muitas maneiras de morrer sem deixar a vida e a morte social é uma delas: a corrupção de uns gera a passagem de muitos da condição fundamental de sem-abrigo ontológico para o terrível estado de sem-abrigo social. Portugueses e haitianos vivem essa terrível transformação: precisam aprender a regressar a si mesmos e, a partir do seu núcleo essencial, revoltarem-se violentamente, enquanto indivíduos, contra o sistema social que gera miséria e pobreza. Só podemos construir uma nova sociedade, liberta da corrupção e da exploração do homem pelo homem, destruindo esta sociedade que nos nega a dignidade de uma existência autêntica: o homem sem emprego e sem trabalho não consegue ser plenamente livre e existir realmente como pessoa. Um desempregado ou inactivo é um morto-vivo que, devido à corrupção de uma minoria, pode ser expulso do seu lar para a rua. A apropriação capitalista do mundo e dos seus bens gera necessariamente a pobreza: aquilo que pertence a todos passa a ser propriedade de meia dúzia de corruptos e os que foram privados estão sujeitos a ficar materialmente sem-abrigo e mentalmente arruinados. O capitalismo é uma violência permanente que se abate sobre o mundo e a vida, da qual o homem só pode libertar-se aprendendo a desobedecer.
O voo caótico da borboleta sísmica do Haiti chegou ao debate moderado por Fátima Campos Ferreira: um verdadeiro caos cognitivo e neurosísmico que, segundo João Duarte Fonseca, tem um atraso de 40 anos. Foi um debate de sismogénese mental e cognitiva na horizontal e na vertical, isto é, um delírio sísmico lisboeta que, a começar por António Ribeiro, contagiou todos - Carlos Sousa Oliveira, João Luís Gaspar (Açores), Alfredo Campos Costa e Adérito Serrão (Instituto de Meteorologia), com excepção de João Duarte Fonseca que denunciou, já na segunda parte do debate, essa longa conversa de "baratas-tontas". Os chamados especialistas nacionais não estudam as falhas geológicas e não possuem estudos actualizados sobre a geologia portuguesa, como se viu pelo mapa envelhecido dos solos de Lisboa que engasgou o comentário de Alfredo Campos Costa. Como gerir a catástrofe e o risco sem conhecimentos geológicos aprofundados e actualizados? Porém, a denúncia lúcida de Duarte Fonseca não impediu que outras figuras dessem o seu contributo voluntarioso, cheio de impulsina - a hormona especificamente portuguesa, para um debate que passou rapidamente da geologia para a engenharia (Fernando Santos), da gestão da catástrofe para a gestão do risco e a cultura da segurança, a partir de um cenário de destruição haitiana a ocorrer no futuro próximo em Lisboa, o cenário imaginado por Fátima Campos Ferreira. Aliás, Luís Gaspar - sentindo-se ofendido na sua dignidade vulcânica - reforçou o seu ego quando falou da existência de bons centros de geologia em Portugal, em especial do seu centro de excelência. Tudo foi reduzido a um jogo de palavras impulsivo e irresponsável: um centro de excelência não deixa de ser excelente, mesmo que não produza conhecimentos e resultados públicos que possam ser claramente partilhados pelos portugueses. A excelência é uma dessas palavras mágicas que engorda e dilata alguns tristes e magros luso-egos, mas onde tudo é excelente, nada é excelente, como confirmou o próprio teor - ou ausência dele! - do debate. As regiões sísmicas são, claro, Lisboa, Algarve e Açores: o que fazer em caso de ocorrer uma réplica da mesma magnitude do terramoto de 1755 (9) em Lisboa? A Protecção Civil anseia pelo teste das suas brincadeiras com simuladores (Susana Pereira da Silva), os bombeiros (Fernando Curto) reagirão de modo automático e a GNR irá prender os ladrões ocasionais obedecendo ao comando. O INEM articula-se ao plano inexistente e o Hospital de Santa Maria (anos 40 de má construção!), depois de sofrer uma forte destruição, tentará manter o serviço de emergência. Enfim, todos esperam funcionar num fluxo de comunicação reactiva e automática, mas, no caso de falência de alguns dos elos da cadeia de comando, provocada talvez pela morte dos seus responsáveis ou por uma falha de energia e das telecomunicações, será necessário apelar à ajuda do Porto e de Coimbra, como lembrou Fátima Campos Ferreira. Lisboa que já sonha com novos recursos financeiros do Estado para alimentar o seu delírio sísmico, as suas simulações e os seus simulacros baudrillardianos, precisa ser socorrida pelo Porto, mas, para que isso sucedesse, seria necessário investir nos serviços de socorro do Porto e haver um plano nacional que não existe. Os técnicos mortais - todos eles eternos candidatos aos recursos do Estado que desejam usar para brincar às simulações ou para financiar reuniões científicas e tertúlias a que não comparecem - foram finalmente forçados a reconhecer que Portugal não está preparado para fazer face à catástrofe sísmica conspirada e pintada com tons sinistros por Fátima Campos Ferreira e vista como uma "mera teoria" ou modelo (Fernando Curto), acabando por abraçar o bom-senso de Duarte Fonseca.
João Duarte Fonseca foi peremptório: não há resposta organizada e eficaz para minorar os efeitos desastrosos de um sismo de grande intensidade. O cidadão tem o direito de esperar que as instituições do Estado cumpram as suas obrigações, mas, antes dessa ajuda ocorrer, as vítimas devem ser socorristas de si próprias, porque, nessas situações de caos e de destruição, cada um de nós é o seu próprio agente de protecção civil. O socorro de proximidade é aquele que começa logo a funcionar, muito antes de chegar a ajuda internacional e dos serviços do Estado: os vizinhos ajudam os vizinhos, os conhecidos ajudam os conhecidos, os amigos ajudam os amigos, enfim os familiares socorrem os familiares. Quanto à situação que se vive no Haiti, pouco foi dito, mas o objectivo do debate não era o sismo nesse país pobre do hemisfério Norte, mas a simulação de um sismo desastroso em Lisboa para testar verbalmente a nossa preparação para fazer frente a uma tal situação de caos sem segurança garantida. Lisboa exige ao país aquilo que ela lhe nega - espírito de entreajuda nacional e desenvolvimento nacional equilibrado. Estará o país nesse cenário de destruição total de Lisboa com vontade de a ajudar? Se o Benfica é Portugal, como disse na Madeira o diabo-chefe, então todos nós que não somos benfiquistas não somos portugueses, incluindo os sportinguistas que moram na capital. Como disse André Malraux, no caminho da vingança encontra Portugal não-benfiquista - Portugal aberto ao futuro - o sentido da sua vida. A catástrofe natural pode ajudar a libertar Portugal do fascismo encarnado. A sismogénese social e cultural - a desejada - poderia finalmente ajudar a configurar um novo Portugal liberto da corrupção encarnada fascizante e nazi. As catástrofes naturais podem funcionar como promotoras da renovação e da modernização. (Leia aqui este post dedicado ao mesmo debate.)
J Francisco Saraiva de Sousa

21 comentários:

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Amanhã, quando comentar o debate, vou atacar severamente os protagonistas! Uma catástrofe natural pode dar origem a uma mudança social desejável. Em Portugal, o sismo focado na centralidade nacional poderia livrar-nos dos corruptos: as mesmas pessoas que nos afundam não nos podem salvar! Sempre foi assim ao longo da história do homem: a paz que vivemos é nociva e corrupta!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Hummmm... Um excesso de protagonistas que zelam pela actividade sísmica de Lisboa: aguardemos pela réplica do terramoto de 1755. O resto do país deve estar em segurança ou talvez no esquecimento e na ignorância.

Amanhã estou cheio de tarefas, entrevistas e exames. Logo vejo... :(

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, eu sou defensor de uma sismogénese social e cultural que traga um futuro mais giro! :)

cjt disse...

caro saraiva de sousa, vejo que ainda está ali à esquerda o link para o blog.deixis.org, que muito agradeço.
mas este blog cessou e regressou às origens, ao fractura.net.

e é no fractura.net que abordo este seu post sob uma perspectiva mais ligeira, em Estamos preparados? Para quê?.

Grato por esta dissecação do Prós e Prós,
um abraço.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Caro CJTeixeira

Só agora li o seu post e fico contente pelo seu teor crítico: os medalhados deviam ser os mortos e não os burocratas vivos. Curiosamente, em caso de sismo, também eles podem morrer. Achei o debate uma caos total e pouco interessante, embora acredite na generosidade de alguns protagonistas.

Obrigado pela referência!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Já alterei o endereço - o link - para o blogue de origem. :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Afinal, o Leonardo Coimbra andou a parafrasear uns textos de Bergson, mas de um modo original que desviou a minha atenção: manhoso o homem! Mas vou pensar a sua interpretação de Bergson, até porque levei um ligeiro puxão de orelhas científico. Oficialmente, sou materialista, pessoalmente sou pluralista a aberto à possibilidade de estarmos todos errados! É preciso ser pitagórico no mundo da ciência dura!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Diante de doentes é difícil defender essa abertura, mas há outra via - a da física para a qual fui desafiado! Sou capaz de aceitar o desafio, porque um dos meus argumentos foi aceite pela linha dura. Estive a estudar medicina nuclear!

cjt disse...

eu é que agradeço a reposição do link e o imerecido elogio (ah... tanto gosto eu desta falsa modéstia blasé... "imerecido elogio", coisa bonita, calhou bem)

abraço.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

CJTeixeira

Devemos ser críticos do sistema e tentar mudar a nossa vida para algo menos sofrido! O elogio merece-o inteiramente! :)

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Ah, afinal até posso delimiar um desenho experimental para mostrar que há algo para além da matéria e por via da observação: o problema é não podermos usar os humanos como cobaias! Para todos os efeitos, a hipótese está bem pensada e pode ser sujeita a testes empíricos, mas é altamente provável que o paciente ficasse um pouco perturbado após ser submetido à experiência. Se fosse um ratinho, matava-se depois e examinava-se melhor as alterações cerebrais induzidas!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Um bom conceito - desprezo burocrático pela vida. E, se analisarmos bem as imagens que nos chegam do Haiti e os comportamentos, encontramos outra maneira de gerir a morte. No entanto, penso que a eventual atitude portuguesa seria diferente da dos haitianos, por uma razão de natureza cultural. É uma temática que revela muita coisa sobre o homem!

cjt disse...

sim, se há temática que revela muito sobre o homem é a dos encontro com a morte violenta, em situações radicais, como esta...
estive a ler um artigo no the economist (perdi o link...) que aborda a tragédia como um bom campo de treino para futuras acções de auxílio, mas já no campo dos "refugiados climáticos".
embora ache que sim, que todos os cenários são aproveitáveis (isto a propósito do rato), estive apar escrever que, precisamente, as heranças culturais são diversas e que, por isso, o contacto com a radicalidade da morte e da miséria é muito diferente. mas, felizmente, a intenção de escrita passou rapidamente...

cjt disse...

aqui está o artigo do the economist: The End Of Tahiti?, de onde se pode retirar o seguinte, referente ao meu comentário (algo confuso) anterior:
This tragedy will present an interesting challenge to the global community. Oddly enough, it may be one for which they'll need the practice. Within a few decades, there will be other island communities needing to relocate on a wholesale basis. If there is any positive to be taken away from this disaster, it may be that the world has the opportunity to begin developing the institutions it will need to peacefully manage climate refugees.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Outro bom conceito - "climate refugees". De facto, andam no ar novas palavras que podem funcionar como conceitos no seio de uma nova filosofia para o nosso mundo e suspeito que seja existencial: o capitalismo está a produzir novos fenómenos que exigem um novo pensamento. A extensão que fiz do sem-abrigo vai nesse sentido: um refugiado como uma variação? A mística pode iluminar essa conexão conceptual. A coisa anda no ar...

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Aliás, os filmes americanos de ficção abordam esses problemas: a anexação capitalista do mundo inteiro quer comercializar tudo, incluindo o ar que respiramos ou - quem sabe? - a nossa própria mente, porque o corpo já o comercializa. Nem os cadáveres escapam à gula capitalista- indústria da morte! É um mundo feio que está a emergir!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

E o pior é que já não nos deixam ser críticos! Ou se entra no jogo ou se vai parar à rua! Mas precisamos ser ousados e ter coragem para enfrentar o sistema e lutar contra ele! Não tenho jeito para ser animal de rebanho!

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

O seu último post aborda outro aspecto: o jornalismo que se tornou um fenómeno regressivo. Os tolinhos comportam-se como se não tivessem experiência de vida: eles são más testemunhas e ajudam a adulterar no sentido mesquinho e vulgar os acontecimentos.

cjt disse...

yeap... temos que encarar de uma vez por todas o jornalismo como um comércio e pouco mais do que isso: a agenda, agora no tamanho xl da internet, faz com que a agressividade necessária ao mercado se transforme numa sucessão de fait-divers... como diria o peter gabriel em "mother of violence", "tv dinner, tv news".

mas há muita discussão por aí, é um assunto que cada vez me interessa mais. a ver vamos.

quanto a refugiados e sem abrigo, estes parecem estar a tornar-se, como dizer... institucionalizados.
as novas pobrezas da cidade, as de fato e gravata na sopa dos pobres, por exemplo, estão a modificar a percepção do público em relação a estes fenómenos. estão, por assim dizer, a normalizá-los. o que é perigoso.
dizer-se que fulano é um sem abrigo ou pobre não significa, hoje, o que significava há meia dúzia de anos: a par da normalização, que deveria cuidar do desaparecimento do estigma, surge a indiferença produzida pelo pior conceito de todos: "que fazer? pode calhar a qualquer um... hoje é ele, amanhã sou eu".
esta é a realidade percebida - e real - no dia-a-dia.

no mercy for the week, ou dos fracos não reza a história, nem que a história se faça deles, se escreva neles, se reescreva deles.

e agora fiquei ourado - tonto, em lisbonês - e com tendinites nos dois dedinhos de teclar.
vou comer uma canja e ver televisão, para alimentar o corpo e adormecer a alma.

hasta.

Cláudia Paiva Silva disse...

Era só para avisar que existem geólogos com a visão um pouco mais aberta e mais moderna do que é a Geologia, Tectónica, etc.. Não somos todos uma cambada de ignorantes que por aqui andamos a pastar. Obrigada.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Clau

Claro que há bons geólogos e um deles habita a Islândia, mas ele conjuga bem trabalho de campo e pesquisa de laboratório. Enfim, corre riscos no terreno vulcânico! Isso é ciência! :)